Sobre dharma, ego, felicidade, corpo e desapego



De acordo com a sabedoria dos Vedas (a mais antiga escritura do hinduismo), o dharma é uma característica de nossa alma, a centelha da consciência divina (alma suprema) que habita todos nós. Na consciência material nós perdemos o sinal de nossa natureza real e esquecemos nossa fonte de conexão com deus. No dia a dia experimentamos frustração e insatisfação. A existência material é temporária e ilusória.


A palavra ātma (ego/personalidade) se refere ao corpo, mente e alma. Quem se identifica com o corpo está dominado pelo falso ego. A literatura védica diz que começamos a entender nossa real identidade quando nos damos conta que somos Brahman, a alma (Aham Brahmāsmi - Eu sou Brahman). Todos buscamos a felicidade, mas a real felicidade pertence à alma. A alma pode se tornar feliz quando vivemos de acordo com o dharma supremo, nossa característica essencial. Para esse caminho, é preciso iniciar o desapego. Para entender o desapego é preciso buscar o conhecimento. O começo dessa jornada é entender o real significa de “Eu não sou este corpo”.

O problema no mundo não é superpopulação ou escassez de alimentos, mas sim a escassez da consciência do divino. Não que as necessidades do corpo devam ser negligenciadas, mas não podemos ficar ocupados apenas com essas necessidades. Precisamos encontrar as necessidades da alma, e não apenas do corpo.

Os yogues místicos tentam duramente se tornar desapegados do mundo material pelo processo do yama, nyama, ásanas, pranayama, pratyahara, dharana, dhyana e samadi. Esses são os 8 passos do sistema yogue místico. Mas qual é o objetivo? Conectar com o supremo.

“De todos os yoguis, aquele com grande fé, que sempre habita em mim, pensa em mim e rende amor transcendental a mim, ele é o mais intimamente unido comigo e o mais elevado de todos” Bhagavad Gita 6,47.

Texto inspirado no livro “Dharma: o caminho da transcendência” de Swami Prabhupada.


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